quarta-feira, 5 de março de 2008

STF e células embrionárias.

Esse é um assunto que deixa a sociedade muito dividida, e eu sem muita coragem pra argumentar. A aprovação do uso das células embrionárias, ou seja, deixar como esta, parece muito claro que ajudará muitas pessoas, e não consigo achar nem uma justificativa pra não ajudá-las.

Alguns dirão: E as vidas dos embriões?

Olha, vou contar o ponto de vista de uma cientista que deu uma entrevista a Rede Globo a alguns dias atrás(desculpa a falta de detalhes): ela perguntou como é feita a liberação para uma pessoa doar seus órgãos...e ela mesma respondeu, é liberado após a confirmação da morte cerebral.

Bom, acho então que chegamos a um consenso, sem atividade cerebral significa sem vida, certo?

Ok, no estágio em que estão os embriões em que são feitas as pesquisas não há sinais de células nervosas, ou seja, sem células nervosas significa sem cérebro, sem cérebro significa sem atividade cerebral, então é sem vida.

Então me dirão: Mas se fosse permitido que esses embriões se desenvolvessem eles se tornariam uma vida.

Tá, primeiro que "se" é nada mais que "se", ou seja se muitos espermatozóides não morressem antes de conseguir fecundar o óvulo eles poderiam vir a quem sabe um dia ser uma vida. Bom, mas isso não é o argumento do procurador-geral que entrou com a ação que esta gerando este julgamento, ele diz que é uma vida após a fecundação.

Ok, ok, ok, primeiro que pela lei atual só podem ser usados células de embriões congelados a mais de 3 anos, ou que sejam inviáveis, ou seja, não darão origem a uma criança, e ainda é necessário a autorização dos genitores do embrião. Conclui-se que os embriões usados ou são incapazes fisicamente de se desenvolver ou os pais nunca mais vão usá-los.

Por eu ter esse ponto de vista acho meio estranho haver uma ação direta de inconstitucionalidade
alegando que está sendo ferido o direito à vida, principalmente quando ele diz que a vida inicia na fecundação, espero que o senhor procurador-geral tenha um argumento cientifico que respalde essa sua decisão.

O meu medo é que ele esteja levando em conta princípios religiosos e esquecendo da separação que existe entre Estado e Igreja em nosso país, colocando em risco a saúde pública.

Como eu disse não gosto muito de debater o assunto, ele mexe com aspectos religiosos e isso não tem como questionar, depois porque não existe um consenso da comunidade científica em relação ao momento de inicio da vida. Minha única preucupação é que sejam levadas em conta unicamente argumentos científicos claros, nada de religião ou agrado de parcelas da sociedade que pensam de um modo ou de outro.